Reabilitação física das incapacidades na Hanseníase é tema de seminário na São Lucas






Reabilitação física das incapacidades na Hanseníase é tema de seminário na São Lucas

Uma doença crônica, manifestada por sinais dermatológicos, infecto-contagiosa e provocada pelo bacilo de Hansen, a hanseníase não é apenas uma doença de pele, também pode atingir nervos periféricos do corpo, o que facilita a ocorrência de deformidades físicas que culminam em seqüelas. Mostrar aos acadêmicos o papel do fisioterapeuta na prevenção das incapacidades causadas pela patologia e no respaldo às cirurgias reparadoras e reabilitadoras para a qualidade de vida das pessoas foi o enfoque do I Seminário de Reabilitação Física das Incapacidades na Hanseníase, organizado pela coordenação do Curso de Fisioterapia da Faculdade São Lucas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como aceitável o registro de um caso para cada 10 mil habitantes. Em Rondônia este índice é de oito para cada 10 mil habitantes, sendo a hanseníase classificada no estado como hiperendêmica. Apesar do quadro crítico, o Estado é referência na área de reabilitação física e cirúrgica de pacientes. Assim, o professor Frank Duerksem, associado de cirurgia da Universidade de Manitoba/Canadá, destacou que deformidades estigmatizantes da doença podem ser melhoradas cirurgicamente com trabalho de equipe multidisciplinar. "Para a recuperação o fisioterapeuta é fundamental, não existe pré-operatório e pós sem ele. São poucos os fisioterapeutas integrados ao programa da doença. Se deste seminário pelo menos uma pessoa se interessar em atuar na área, já valeu a pena", disse.

Conforme explanação da coordenadora estadual de Controle da Hanseníase, Carmelita Oliveira, o primeiro sintoma da doença é o surgimento de manchas sem sensibilidade ao calor e dor. A transmissão se dá no contato íntimo e freqüente com o doente. No entanto, 90% das pessoas são resistentes ao bacilo. Segundo Carmelita, a hanseníase tem cura em qualquer fase e a partir do momento que o tratamento é iniciado não se transmite a doença, e os medicamentos são fornecidos gratuitamente aos pacientes. "Os casos de mutilações e deformidades, como a chamada 'mão de garra' só acontece quando o paciente abandona o tratamento ou então o inicia muito tarde. Quando as lesões já estão constituídas, o tratamento se baseia, além dos medicamentos, em próteses, cirurgias, em intervenções ortopédicas, fisioterapia, dentre outros", explicou.

O médico Efrânio Freitas Cabral, professor de ortopedia do curso de Fisioterapia da Faculdade São Lucas, e os fisioterapeutas Estela Almeida e Jorge Antônio Almeida, do Instituto Lauro Souza Lima (Bauru-SP), ministraram palestras no Seminário e incentivaram os acadêmicos a aprenderem mais sobre o assunto, mostrando como o fisioterapeuta pode contribuir, em parceria com outros profissionais e entidades de ajuda social, na recuperação da auto-estima, capacidade de realizar atividades da vida diária e ocupação de papeis e funções na sociedade por estas pessoas.

O professor doutor José Dettoni, diretor Acadêmico da São Lucas, informou que ao longo de milênios a doença foi considerada como um castigo de Deus e que estigma que ainda não se desfez por completo da sociedade. "A história desta cultura evoluiu no mundo e melhorou muito a vida das pessoas. É com imensa alegria também temos visto o crescimento do curso de Fisioterapia na Faculdade e o interesse dos acadêmicos ao passo que lotam esse auditório", salientou Dettoni. "O padrão de qualidade do nosso curso reflete o trabalho da coordenação, professores e alunos.

Procuraremos, então, fortalecer as atividades com enfoque acelerado na interação e extensão do estudo, inclusive procurando conhecer o que é feito em outros Estados do Brasil e fora do país", destacou o coordenador do Curso de Fisioterapia da São Lucas, Marcelo Custódio Rubira.
Quer anunciar neste blog?
Mande uma mensagem no Whatsapp clicando aqui

Quer sugerir uma pauta?
Mande uma mensagem no Whatsapp clicando aqui ou um email clicando aqui